terça-feira, 24 de julho de 2012
sexta-feira, 6 de julho de 2012
APOSTILAS
Apostila de Geografia
Profº Antonio Villarim
villarim@ig.com.br
GEOGRAFIA FÍSICA
A Geografia Física
estuda as características naturais existentes na superfície terrestre, ou seja,
as condições da natureza imposta às pessoas nos lugares onde habitam. Diz
respeito ao clima, vegetação, relevo, hidrografia, solo,...
ESTUDO DA TERRA
É
objetivo da Geologia Geral o estudo dos agentes de formação e
transformação das rochas, da composição e disposição das rochas na crosta
terrestre.
A Geografia,
cujos campos de ação estão na superfície da Terra e seus habitantes, quando se
ocupa da conformação da crosta e de sua evolução (Geografia Física), passa a
ser um campo especial da Geologia.
Iniciaremos com o estudo da
origem do nosso planeta, há cerca de 4,5 bilhões de anos, sua forma, tamanho,
peso, densidade, composição e outros aspectos...
Há cerca de 4,5 bilhões de
anos, uma densa nuvem de gás e poeira se contraiu e constituiu o Sol. Outras
partes dessa nuvem formaram partículas sólidas de gelo e rocha, que se uniram e
deram origem aos planetas.
Há aproximadamente 4 bilhões
de anos, a crosta terrestre começou a adquirir forma. No principio, havia
grande numero de pequenas plaquetas sólidas, que flutuavam na rocha fundida.
Com o passar de milhões de
anos, a crosta terrestre se tornou mais espessa, e os vulcões entraram em erupção
e começaram a emitir gases, que formaram a atmosfera. O vapor de água se
condensou, constituindo os oceanos.
Há aproximadamente 3,5
bilhões de anos, a maior parte da crosta terrestre já estava formada, mas a
configuração dos continentes era muito diferente da atual. As rochas mais
antigas da Terra datam do período imediatamente anterior a esse.
A Terra continua em transformação. A crosta está dividida em enormes placas, cujas bordas estão em constante modificação. Os continentes estão sempre em movimento, como resultado das forças do interior da Terra.
A
Terra é um esferóide achatado os pólos e dilatado no equador. Considerando que
um circulo tem 360º, e cada grau ao longo de seu meridiano equivale a uma
distancia de 111 km, conclui-se que a circunferência da Terra é 360 vezes 111
km, ou seja, aproximadamente 40.000 km
Após a sua formação, a Terra passou por um longo período de resfriamento, transformando-se de uma massa aquecida em um planeta dotado de ar, água, rochas, minerais e solo, isto é, de todas as condições que tornaram possível a existência da vida.
Com a
formação da Terra, os minerais densos afundaram e se concentraram no centro,
constituindo o núcleo do planeta. Os minerais mais leves produziram uma fina
crosta que pouco a pouco se resfriou, dando origem às rochas.
Os
gases que escapavam formaram a atmosfera. Quando a temperatura diminuiu, o
vapor de água aí contido se precipitou, ocasionando grandes dilúvios, que deram
origem aos mares e oceanos.
Alfred
Wegener
(1880-1930) elaborou em 1910 uma hipótese que tentava explicar o arranjo e a
distribuição das massas continentais atuais - a Teoria da Deriva Continental ou
da Translação dos Continentes. Mais recentemente, na década de 1960, um grupo
de cientistas, reunindo diversas evidências para tentar explicar como esse
processo teria ocorrido, elaborou a Teoria da Tectônica de Placas.
De
acordo com a teoria de Wegener, no
final do Período Carbonífero existia uma única e gigante massa continental, que
ele denominou Pangéia (Pan, “todo”;
Gea,”terra”), da qual teriam resultado, inicialmente, dois continentes menores.Entre
180 e 200 milhões de anos atrás, mais ou menos a partir do Período Jurássico,
os continentes começaram a se afastar tanto na direção oeste (América) quanto
em direção à linha do Equador. Formaram-se dois supercontinentes: Laurásia e Gondwana.
Na
época em que foi apresentada, a teoria de Wegener
não foi aceita, pois não havia indicação de que os continentes se movessem nem
uma explicação razoável para tal fato.
Descobertas
geológicas levaram à Teoria da Tectônica de Placas, que considera a crosta
terrestre ou litosfera dividida e se movimentando em placas, denominadas placas tectônicas.
Todo
o globo encontra-se dividido em seis placas principais (e outras menores), que
descrevem lentos movimentos segundo direções próprias. Quando duas placas
colidem, uma delas poderá mergulhar por baixo da outra até penetrar na astenosfera,
onde será consumida. Esse fenômeno chama-se subducção.
·
A distribuição global dos
sistemas de montanhas na superfície terrestre e das fraturas oceânicas e
cordilheiras vulcânicas associadas sugere que sua origem está ligada aos
deslocamentos sofridos por porções da superfície (placas);
·
A distribuição dos vulcões, terremotos (e falhamentos associados), que se
encontram alinhados por distancias de milhares de quilômetros, sugere
movimentação em grande escala de material proveniente do interior da crosta
(lavas) que se valeu das linhas de ruptura (falhas) para chegar à superfície;
·
Sobre os oceanos há uma capa de sedimentos relativamente delgada, cuja
deposição se iniciou quando os continentes começaram a separar-se (Cretáceo);
·
Todas as ilhas oceânicas e vulcânicas são recentes, ou seja, de idade
posterior ao inicio da migração dos continentes;
·
Quando uma rocha vulcânica ou sedimentar contém partículas de ferro, este
fica magnetizado segundo a direção e polaridade do campo magnético da época
(diferente do atual) . Isto demonstra que a posição polar variou no tempo, ou,
mais especificamente, que os continentes mudavam-se descrevendo trajetórias
próprias. A interpretação é que as
trajetórias de cada continente com
relação ao pólo são diferentes porque se moveram independentemente.
A distribuição de terras e mares no passado foi diferente
da atual. Em todos os continentes de hoje temos registro de antigos mares. As
grandes cadeias de montanhas são constituídas de rochas sedimentares marinhas,
nas quais são encontradas conchas e outros restos de animais marinhos. Hoje a
maior elevação da Terra é o Evereste, com cerca de 8.840m. A maior depressão ou
fossa da crosta é a Fossa Filipinas no Pacifico, com 11. 516 m de profundidade.
Assim, o maior desnível da crosta é superior a 20 000 m. Enquanto a altura
média dos continentes é de 825 m, a profundidade média dos mares é de 3.800m.
Enquanto os mares eram preenchidos de sedimentos,
forças internas semelhantes àquelas que produzem os terremotos e vulcanismos
elevavam o pacote sedimentar depositado até a altura dos continentes,
produzindo dobras, fraturas e metamorfismo, transformando-se em grandes
cordilheiras. E entre essas cordilheiras outros mares surgiam.
A CROSTA TERRESTRE
A Crosta terrestre é uma
camada relativamente fina, com 20 a 30 km de espessura em média, mais espessa
sob os continentes e mais fina sob os oceanos. Ela é constituída, ao menos na
porção superior, por rochas semelhantes às que afloram na superfície: granitos,
migmatitos, basaltos e rochas sedimentares. Nas porções mais profundas ocorrem
rochas escuras e mais pesadas. Nos continentes predominam os primeiros tipos de
rochas e nas áreas oceânicas os segundos.
O magma é um fluido natural
muito quente constituído predominantemente por uma fusão de silicatos e
mostrando proporções variadas de água, elementos voláteis ou de cristais em
processo de crescimento. Trata-se de um material em fusão que, ao se
solidificar, dá origem às rochas ígneas.
Origina-se a grandes profundidades, na parte inferior da crosta ou na porção superior do manto. Sua composição e características são discutíveis, já que o magma não pode ser estudado no seu local de origem. Uma boa idéia pode ser obtida, entretanto, pelo estudo das lavas, ou seja, do magma que extravasa pelos vulcões, embora se considere que uma grande perda de elementos voláteis ocorra neste caso.
Tipos de Atividades Magmáticas
O magma, uma vez formado, pode
apresentar grande mobilidade, tendendo a ascender ao longo de fissuras da
crosta, deslocando ou englobando as rochas vizinhas, podendo, eventualmente,
extravasar à superfície ou então solidificar-se no interior mesmo da crosta.
a)
o plutonismo, em que a consolidação ocorre no interior da crosta, dando
origem às rochas plutônicas ou intrusivas. Nelas os minerais se agrupam e
formam cristais visíveis a olho nu, como a maioria dos granitos utilizados na
construção civil, nos quais conseguimos enxergar três componentes: quartzo, feldspato
e mica;
b)
o vulcanismo, quando o magma irrompe e derrama-se à superfície para formar
rochas vulcânicas ou efusivas (extrusivas), seu resfriamento ocorre rapidamente.
* No
interior da crosta, os magmas ocupam espaços definidos denominados câmaras
magmáticas. No caso dos vulcões, a câmara magmática é ligada com o exterior
através do conduto vulcânico.
A porção externa e superficial
da crosta é formado por vários tipos de corpos rochosos que constituem o manto
rochoso. Estas rochas estão, como, vimos, sujeitas a condições que alteram a
sua forma física e composição química. Estes fatores que produzem as alterações
são chamados agentes de meteorização.
PROCESSOS FÍSICOS DE METEORIZAÇÃO
Congelamento da água. O congelamento da água por ocasião das grandes quedas de temperatura faz
com que poros, orifícios e pequenas fraturas que estavam preenchidos se
desintegrem, visto que há um aumento de um décimo de volume na passagem para o
estado sólido exercendo grande pressão.
Variação de temperatura. A variação de temperatura, tanto diurna como noturna, bem como a variação nas estações, produz contínuas dilatações e contratações nas rochas.
Decomposição esferoidal. Os blocos derivados de um sistema de fraturamentos sofrem, progressivamente, a partir de seus bordos, alteração, passando a argila, enquanto seu núcleo permanece inalterado. A expansão diferencial dos extremos alterados produz esfoliações concêntricas. O arredondamento é por meteorização in situ, e não porque foi rolado. Este tipo é muito comum nas rochas basálticas do Sul do Brasil. Geralmente, processos químicos também atuam.
·
Os organismos vivos também participam na meteorização mecânica e da
decomposição química. As raízes das plantas penetram nas fraturas das rochas e
durante seu crescimento desenvolvem uma força tal que ultrapassa a resistência
da própria rocha, rompendo-a. Além da ação dos restos vegetais decompostos que
fornecem substancias húmicas, outros seres vivos, em sua maioria de pequenas
dimensões, constituem agentes que desenvolvem atividades químicas destrutivas
para as rochas.
ROCHAS SEDIMENTARES
Ao longo de milhões de anos, as partículas de rocha e solos erodidos, transportadas pelo vento e pelas águas, foram depositadas em depressões, formando grandes depósitos de sedimentos. Nesses depósitos formaram-se lagos e oceanos, e a compactação física e química das partículas dos sedimentos deram origem às rochas sedimentares, como o arenito e o calcário.
As rochas sedimentares podem apresentar-se estratificadas, ou seja, em camadas com idade e composição diferentes. Pesquisando essas estratificações, os geólogos conseguem identificar as variações climáticas que se processaram no decorrer da história geológica de determinada região. Na foto, o Grand Canyon e o Rio Colorado, em Utah (Estados UInidos, 1999).
As rochas sedimentares, desde sua origem até chegar ao local onde serão depositadas (bacias), sofrem a influencia de variáveis físicas, químicas e biológicas. Estas atuam na área fonte, no transporte, no meio em que são depositadas e posterior mente no próprio depósito (diagênese).
O clima: (temperatura
e umidade) influi sobre o tipo de intemperismo que vai predominar na área fonte
e conseqüentemente nas características dos produtos resultantes.
Ao longo do ciclo de transformações das rochas, o conjunto de fenômenos que ocorrem sob a influencia dos agentes externos constituem o ciclo exógeno de transformações através do qual se formam as rochas sedimentares.
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