sexta-feira, 6 de julho de 2012

APOSTILAS





Apostila de Geografia
Profº Antonio Villarim
villarim@ig.com.br




GEOGRAFIA FÍSICA

A Geografia Física estuda as características naturais existentes na superfície terrestre, ou seja, as condições da natureza imposta às pessoas nos lugares onde habitam. Diz respeito ao clima, vegetação, relevo, hidrografia, solo,...

ESTUDO DA TERRA

É objetivo da Geologia Geral o estudo dos agentes de formação e transformação das rochas, da composição e disposição das rochas na crosta terrestre.

A Geografia, cujos campos de ação estão na superfície da Terra e seus habitantes, quando se ocupa da conformação da crosta e de sua evolução (Geografia Física), passa a ser um campo especial da Geologia.

Iniciaremos com o estudo da origem do nosso planeta, há cerca de 4,5 bilhões de anos, sua forma, tamanho, peso, densidade, composição e outros aspectos...

Há cerca de 4,5 bilhões de anos, uma densa nuvem de gás e poeira se contraiu e constituiu o Sol. Outras partes dessa nuvem formaram partículas sólidas de gelo e rocha, que se uniram e deram origem aos planetas.
                                                    
Há aproximadamente 4 bilhões de anos, a crosta terrestre começou a adquirir forma. No principio, havia grande numero de pequenas plaquetas sólidas, que flutuavam na rocha fundida.

Com o passar de milhões de anos, a crosta terrestre se tornou mais espessa, e os vulcões entraram em erupção e começaram a emitir gases, que formaram a atmosfera. O vapor de água se condensou, constituindo os oceanos.
                                                    
Há aproximadamente 3,5 bilhões de anos, a maior parte da crosta terrestre já estava formada, mas a configuração dos continentes era muito diferente da atual. As rochas mais antigas da Terra datam do período imediatamente anterior a esse.

A Terra continua em transformação. A crosta está dividida em enormes placas, cujas bordas estão em constante modificação. Os continentes estão sempre em movimento, como resultado das forças do interior da Terra.

A Terra é um esferóide achatado os pólos e dilatado no equador. Considerando que um circulo tem 360º, e cada grau ao longo de seu meridiano equivale a uma distancia de 111 km, conclui-se que a circunferência da Terra é 360 vezes 111 km, ou seja, aproximadamente 40.000 km
O achatamento dos pólos e o crescimento do equador devem-se ao movimento de rotação terrestre. Esse achatamento é tão pequeno que a diferença entre os diâmetros polares e equatoriais é de apenas 44 km (diferença entre 12.756 e 12.712 km).

 Por outro lado, ignorando o achatamento e supondo que a Terra é esférica, com um diâmetro de aproximadamente 12.700 km, com área equivalente a 510 milhões de km².

 O peso da Terra é calculado mediante a lei da gravitação de Newton, de aproximadamente 5,6 sextilhões de toneladas.

 COMPOSIÇÃO DA TERRA

 A maior parte dos conhecimentos que se tem sobre o interior da Terra provém de meios indiretos. Na realidade, dos 6.300 km que separam a superfície terrestre do seu núcleo, conseguiu-se perfurar pouco mais que 0,1% (cerca de 7 km). As rochas mais profundas conhecidas provem das erupções vulcânicas, sem que no entanto se possa afirmar sua profundidade exata. Os bolsões magmáticos de onde se originam as lavas não se encontram em profundidades superiores a 30 km.

 As melhores informações sobre o interior da Terra são fruto de estudo de estudos da propagação das ondas sísmicas originadas pelos terremotos. Um terremoto transmite energia através da Terra na forma de ondas que são sentidas como tremores mesmo a uma distancia considerável da origem. As vibrações da crosta são medidas com sismógrafos.

 A Geologia estuda a constituição e a evolução física da Terra, e por meio da análise das rochas e dos fósseis, isto é, dos restos ou vestígios biológicos preservados em rochas, pode-se saber muito sobre o passado da Terra.

Após a sua formação, a Terra passou por um longo período de resfriamento, transformando-se de uma massa aquecida em um planeta dotado de ar, água, rochas, minerais e solo, isto é, de todas as condições que tornaram possível a existência da vida.

Com a formação da Terra, os minerais densos afundaram e se concentraram no centro, constituindo o núcleo do planeta. Os minerais mais leves produziram uma fina crosta que pouco a pouco se resfriou, dando origem às rochas.

Os gases que escapavam formaram a atmosfera. Quando a temperatura diminuiu, o vapor de água aí contido se precipitou, ocasionando grandes dilúvios, que deram origem aos mares e oceanos.

 As primeiras formas de vida apareceram no mar só há 3,9 bilhões de anos   (Era Pré-Cambriana). No entanto, a vida demorou a se desenvolver plenamente. Foi só há 600 milhões de anos (Era Paleozóica, Período Cambriano) que os seres vivos começaram a se diversificar, evoluindo dos invertebrados primitivos e das plantas marinhas para peixes, anfíbios, répteis e insetos. No período Siluriano (Paleozóico) apareceram as plantas terrestres e as florestas de samambaias e coníferas, que,mais tarde, quando soterradas, originaram o carvão fóssil (Período Carbonífero).

 A deriva dos continentes e a tectônica de placas

Alfred Wegener (1880-1930) elaborou em 1910 uma hipótese que tentava explicar o arranjo e a distribuição das massas continentais atuais - a Teoria da Deriva Continental ou da Translação dos Continentes. Mais recentemente, na década de 1960, um grupo de cientistas, reunindo diversas evidências para tentar explicar como esse processo teria ocorrido, elaborou a Teoria da Tectônica de Placas.

 Teoria da Deriva Continental

De acordo com a teoria de Wegener, no final do Período Carbonífero existia uma única e gigante massa continental, que ele denominou Pangéia (Pan, “todo”; Gea,”terra”), da qual teriam resultado, inicialmente, dois continentes menores.Entre 180 e 200 milhões de anos atrás, mais ou menos a partir do Período Jurássico, os continentes começaram a se afastar tanto na direção oeste (América) quanto em direção à linha do Equador. Formaram-se dois supercontinentes: Laurásia e Gondwana.

 Há 65 milhões de anos, no inicio do Terciário, a América do Sul separou-se da África e, a seguir, a América do Norte separou-se da Laurásia. A Índia continuava a se deslocar em direção à Ásia. A Austrália e a Antártida mantinham-se ligadas.

 Finalmente, nos últimos 65 milhões de anos, as Américas se juntaram, a Austrália separou-se da Antártida e a Índia “chocou-se” com a Ásia”, provocando a formação da Cordilheira do Himalaia. A Groelândia afastou-se da  América, e os blocos continentais ficaram separados pelos oceanos.  

Na época em que foi apresentada, a teoria de Wegener não foi aceita, pois não havia indicação de que os continentes se movessem nem uma explicação razoável para tal fato.

 Teoria da Tectônica de Placas

Descobertas geológicas levaram à Teoria da Tectônica de Placas, que considera a crosta terrestre ou litosfera dividida e se movimentando em placas, denominadas placas tectônicas.

 A partir da Teoria da Tectônica de Placas ficou fácil entender diversos fenômenos. Forças provenientes do interior da Terra fazem com que as placas se desloquem, provocando várias deformações e fenômenos em seus limites externos, como o surgimento de dobramentos, falhas, erupções vulcânicas e terremotos. As áreas geologicamente instáveis da crosta terrestre (Andes, Rochosas, Himalaia) nada mais são do que o resultado de tais colisões ou seccionamentos das placas.

 A expansão do assoalho oceânico leva consigo os continentes que pertencem a cada placa móvel, produzindo a deriva. Como conseqüência deste movimento, enquanto duas placas se afastam por crescimento do assoalho, na margem oposta de uma delas poderá processar-se a colisão por aproximação com a placa adjacente. 

Todo o globo encontra-se dividido em seis placas principais (e outras menores), que descrevem lentos movimentos segundo direções próprias. Quando duas placas colidem, uma delas poderá mergulhar por baixo da outra até penetrar na astenosfera, onde será consumida. Esse fenômeno chama-se subducção.         

 Várias são as explicações para esses deslocamentos: acredita-se que as placas poderiam ser transportadas por correntes de convecção do manto, governadas por forças gravitacionais, ou, ainda, arrastadas. Para este ultimo caso, supõe-se que, num dos seus bordos, as placas podem ser mais frias que a astenosfera ou, ainda, mais pesadas, podendo mergulhar em direção ao manto na zona de subducção.

 O Pangéia constituiu no passado uma massa de terra única, rodeada por um oceano irregular, chamado Pantalassa, que foi o ancestral do Pacifico. A existência do Pangéia terminou no final do Jurássico, quando, mais ou menos ao norte do equador, houve o rompimento do continente, dividindo-se inicialmente em dois, formando a Laurásia e a Gondwana.     


RESUMO DOS ARGUMENTOS  DA DERIVA  CONTINENTAL   

·         A distribuição global dos sistemas de montanhas na superfície terrestre e das fraturas oceânicas e cordilheiras vulcânicas associadas sugere que sua origem está ligada aos deslocamentos sofridos por porções da superfície (placas);

·         A distribuição dos vulcões, terremotos (e falhamentos associados), que se encontram alinhados por distancias de milhares de quilômetros, sugere movimentação em grande escala de material proveniente do interior da crosta (lavas) que se valeu das linhas de ruptura (falhas) para chegar à superfície;

·         Sobre os oceanos há uma capa de sedimentos relativamente delgada, cuja deposição se iniciou quando os continentes começaram a separar-se (Cretáceo);

·         Todas as ilhas oceânicas e vulcânicas são recentes, ou seja, de idade posterior ao inicio da migração dos continentes;

·         Quando uma rocha vulcânica ou sedimentar contém partículas de ferro, este fica magnetizado segundo a direção e polaridade do campo magnético da época (diferente do atual) . Isto demonstra que a posição polar variou no tempo, ou, mais especificamente, que os continentes mudavam-se descrevendo trajetórias próprias. A interpretação é que  as trajetórias de cada  continente com relação ao pólo são diferentes porque se moveram independentemente.

           RELEVO ATUAL

 Atualmente, dos 510 milhões de quilômetros quadrados da superfície do planeta, apenas 149 milhões (29,22%) constituem terras emersas, enquanto os 361 milhões restantes constituem os mares e oceanos.

A distribuição de terras e mares no passado foi diferente da atual. Em todos os continentes de hoje temos registro de antigos mares. As grandes cadeias de montanhas são constituídas de rochas sedimentares marinhas, nas quais são encontradas conchas e outros restos de animais marinhos. Hoje a maior elevação da Terra é o Evereste, com cerca de 8.840m. A maior depressão ou fossa da crosta é a Fossa Filipinas no Pacifico, com 11. 516 m de profundidade. Assim, o maior desnível da crosta é superior a 20 000 m. Enquanto a altura média dos continentes é de 825 m, a profundidade média dos mares é de 3.800m.

Enquanto os mares eram preenchidos de sedimentos, forças internas semelhantes àquelas que produzem os terremotos e vulcanismos elevavam o pacote sedimentar depositado até a altura dos continentes, produzindo dobras, fraturas e metamorfismo, transformando-se em grandes cordilheiras. E entre essas cordilheiras outros mares surgiam.

A CROSTA TERRESTRE

A Crosta terrestre é uma camada relativamente fina, com 20 a 30 km de espessura em média, mais espessa sob os continentes e mais fina sob os oceanos. Ela é constituída, ao menos na porção superior, por rochas semelhantes às que afloram na superfície: granitos, migmatitos, basaltos e rochas sedimentares. Nas porções mais profundas ocorrem rochas escuras e mais pesadas. Nos continentes predominam os primeiros tipos de rochas e nas áreas oceânicas os segundos.

 Estas rochas constituem blocos ou placas de maior ou menor espessura com um comportamento como o de flutuação sobre o substrato mais denso do manto, onde ficam mais ou menos mergulhados, conforme suas espessuras e densidades médias. Assim, as altas montanhas, por serem constituídas de rochas mais leves e mais espessas, estão menos imersas no manto. Os fundos dos oceanos, por sua vez, são constituídos de rochas mais densas, como os diabásios, que afundam mais no manto. Este principio é denominado isostasia. Desta forma, a crosta terrestre é composta de várias partes ou placas que sobrenadam o manto. Até uns 250 milhões de anos atrás, a maior parte dos continentes estava unida num único.

 Entretanto, a partir dessa época, os continentes começaram a se romper lentamente, formando as placas ou blocos independentes que, por sua vez, são arrastados por correntes que movimentam o manto rígido-viscoso. Nessa movimentação, existem zonas onde as placas estão se afastando uma das outras e que são preenchidas por novo material proveniente do interior do manto. Em determinadas zonas, as placas colidem, produzindo deformações, resultando em formação de fossas tectônicas, dobramentos de espessas camadas de sedimentos, falhamentos, formação de cordilheiras etc. São os denominados movimentos tectônicos.

 Provavelmente, a Terra começou como uma poeira cósmica que mantinha em movimento correntes de convecção em seu interior quando, por volta dos 3.000ºC, certas substancias começaram a liquefazer-se.

 Primeiro o ferro liquefeito começou a formar o núcleo, por ser o mais pesado; depois vieram o silício, os óxidos metálicos, dando origem ao manto. Quando a temperatura da Terra diminuiu, também a radiação do calor para o espaço foi reduzida. Entre 1.500 e 800ºC começou a solidificação da crosta. A atmosfera formou-se pouco a pouco e no inicio compunha-se de vapor d’ água, amoníaco e óxido de carbono. A água dos atuais oceanos estava concentrada em parte na atmosfera e em parte ainda no interior das rochas.

 Temos, pois, uma Terra constituída exclusivamente de rochas denominadas ígneas ou magmáticas. Mesmo após esta fase da história da Terra, e até agora, as rochas ígneas que vieram a se formar depois originaram-se do”magma”, ou seja, de rochas de rochas fundidas com temperaturas entre 1.500 e 800ºC que sobem do interior da crosta para a superfície atual derramando-se sob a forma de lavas ou mesmo solidificando-se entre as fraturas pelas quais subiu.

 Com a crosta sólida e a atmosfera continuando seu esfriamento, a maior mudança seguinte ocorreria a 374ºC, a temperatura critica da água, quando o vapor da atmosfera se condensaria em chuva, começando pelas regiões mais frias do globo. Esse deve ter sido o primeiro momento em que caiu água sobre a crosta, desgastando-a e acumulando-se em seguida nas primeiras depressões, formando os primeiros mares.

 Aqui também começam a se formar as rochas sedimentares. A ação da água que caía e corria sobre rochas ígneas previamente formadas reduzia-se em fragmentos de tamanhos diversos que eram transportados e depositados juntamente com lamas mais finas nas depressões preenchidas pelas águas. Esse material, mais tarde consolidado, constituiria as primeiras rochas sedimentares. Desde aquele momento até hoje o processo de formação continua pela ação da erosão, transporte, deposição e consolidação, tendo como agentes a chuva, os rios, o gelo, o vento e a gravidade.

 Com a crosta solidificada e as rochas quentes logo abaixo (no manto), surgem outros fenômenos. A partir de 70 até 700 km em direção ao centro da Terra o manto ainda continua esfriando. Isto causa uma continua modificação no volume e um conseqüente enrugamento da crosta. Tal enrugamento produz fraturamentos e dobramentos das rochas da crosta. Ainda pelas fraturas, o magma sobe a superfície, originando os vulcões. As variações de temperaturas das diferentes camadas do planeta são as responsáveis pela instabilidade da crosta e mesmo pelo movimento das placas continentais. Os fraturamentos, os dobramentos, os fenômenos vulcânicos e a migração dos continentes produzem deformações nas rochas tanto ígneas como sedimentares, deformações estas que atuam sob a forma de esforços ou pressões e elevação de temperatura, imprimindo às rochas a eles submetidas outras características próprias das rochas denominadas metamórficas. Assim, as rochas mais antigas são as ígneas, com mais de três bilhões de anos; depois vêm as metamórficas, as quais se originaram das ígneas e das sedimentares mais antigas, e, finalmente, as rochas mais jovens, as sedimentares, uma vez que as mais antigas sofreram metamorfismo.

 ROCHAS ÍGNEAS OU MAGMÁGTICAS

O magma é um fluido natural muito quente constituído predominantemente por uma fusão de silicatos e mostrando proporções variadas de água, elementos voláteis ou de cristais em processo de crescimento. Trata-se de um material em fusão que, ao se solidificar, dá origem às rochas ígneas.

Origina-se a grandes profundidades, na parte inferior da crosta ou na porção superior do manto. Sua composição e características são discutíveis, já que o magma não pode ser estudado no seu local de origem. Uma boa idéia pode ser obtida, entretanto, pelo estudo das lavas, ou seja, do magma que extravasa pelos vulcões, embora se considere que uma grande perda de elementos voláteis ocorra neste caso.

Tipos de Atividades Magmáticas

O magma, uma vez formado, pode apresentar grande mobilidade, tendendo a ascender ao longo de fissuras da crosta, deslocando ou englobando as rochas vizinhas, podendo, eventualmente, extravasar à superfície ou então solidificar-se no interior mesmo da crosta.

 Plutonismo. De acordo com o local em que se dá a consolidação, há dois tipos básicos de atividade ígnea:

a)      o plutonismo, em que a consolidação ocorre no interior da crosta, dando origem às rochas plutônicas ou intrusivas. Nelas os minerais se agrupam e formam cristais visíveis a olho nu, como a maioria dos granitos utilizados na construção civil, nos quais conseguimos enxergar três componentes: quartzo, feldspato e mica;

b)      o vulcanismo, quando o magma irrompe e derrama-se à superfície para formar rochas vulcânicas ou efusivas (extrusivas), seu resfriamento ocorre rapidamente.


* No interior da crosta, os magmas ocupam espaços definidos denominados câmaras magmáticas. No caso dos vulcões, a câmara magmática é ligada com o exterior através do conduto vulcânico.

 METEORIZAÇÃO DAS ROCHAS

A porção externa e superficial da crosta é formado por vários tipos de corpos rochosos que constituem o manto rochoso. Estas rochas estão, como, vimos, sujeitas a condições que alteram a sua forma física e composição química. Estes fatores que produzem as alterações são chamados agentes de meteorização.

 O processo se dá em duas fases, física e química, que são a desintegração e a decomposição, respectivamente. A desintegração é a ruptura das rochas inicialmente em fendas, progredindo para partículas de tamanhos menores, sem, no entanto, haver mudanças na composição. Exceto nos climas áridos, a desintegração e a decomposição atuam juntas, uma vez que a ruptura física da rocha permite a circulação da água e de agentes químicos. Os organismos vivos concorrem também na desagregação puramente física e na decomposição química das rochas.

PROCESSOS FÍSICOS DE METEORIZAÇÃO

Congelamento da água. O congelamento da água por ocasião das grandes quedas de temperatura faz com que poros, orifícios e pequenas fraturas que estavam preenchidos se desintegrem, visto que há um aumento de um décimo de volume na passagem para o estado sólido exercendo grande pressão.

Variação de temperatura. A variação de temperatura, tanto diurna como noturna, bem como a variação nas estações, produz contínuas dilatações e contratações nas rochas.

 Esfoliação.  As rochas expostas aos agentes atmosféricos dividem-se geralmente em lâminas ou escamas concêntricas com a superfície. Este processo chama-se esfoliação e tem origem nas mudanças de volume da rocha.

Decomposição esferoidal.  Os blocos derivados de um sistema de fraturamentos sofrem, progressivamente, a partir de seus bordos, alteração, passando a argila, enquanto seu núcleo permanece inalterado. A expansão diferencial dos extremos alterados produz esfoliações concêntricas. O arredondamento é por meteorização in situ, e não porque foi rolado. Este tipo é  muito comum nas rochas basálticas do Sul do Brasil. Geralmente, processos químicos também atuam.

·         Os organismos vivos também participam na meteorização mecânica e da decomposição química. As raízes das plantas penetram nas fraturas das rochas e durante seu crescimento desenvolvem uma força tal que ultrapassa a resistência da própria rocha, rompendo-a. Além da ação dos restos vegetais decompostos que fornecem substancias húmicas, outros seres vivos, em sua maioria de pequenas dimensões, constituem agentes que desenvolvem atividades químicas destrutivas para as rochas.

ROCHAS SEDIMENTARES

Ao longo de milhões de anos, as partículas de rocha e solos erodidos, transportadas pelo vento e pelas águas, foram depositadas em depressões, formando grandes depósitos de sedimentos. Nesses depósitos formaram-se lagos e oceanos, e a compactação física e química das partículas dos sedimentos deram origem às rochas sedimentares, como o arenito e o calcário.

As rochas sedimentares podem apresentar-se estratificadas, ou seja, em camadas com idade e composição diferentes. Pesquisando essas estratificações, os geólogos conseguem identificar as variações climáticas que se processaram no decorrer da história geológica de determinada região. Na foto, o Grand Canyon e o Rio Colorado, em Utah (Estados UInidos, 1999).

As rochas sedimentares, desde sua origem até chegar ao local onde serão depositadas (bacias), sofrem a influencia de variáveis físicas, químicas e biológicas. Estas atuam na área fonte, no transporte, no meio em que são depositadas e posterior mente no próprio depósito (diagênese).

 Área fonte: é o local geográfico onde, sob a ação dos agentes acima mencionados, ocorrem intemperismo e erosão.

O clima: (temperatura e umidade) influi sobre o tipo de intemperismo que vai predominar na área fonte e conseqüentemente nas características dos produtos resultantes.

Ao longo do ciclo de transformações das rochas, o conjunto de fenômenos que ocorrem sob a influencia dos agentes externos constituem o ciclo exógeno de transformações através do qual se formam as rochas sedimentares.