Apostila de Geografia
Profº Antonio Villarim
villarim@ig.com.br
GEOGRAFIA FÍSICA
A Geografia Física
estuda as características naturais existentes na superfície terrestre, ou seja,
as condições da natureza imposta às pessoas nos lugares onde habitam. Diz
respeito ao clima, vegetação, relevo, hidrografia, solo,...
ESTUDO DA TERRA
É
objetivo da Geologia Geral o estudo dos agentes de formação e
transformação das rochas, da composição e disposição das rochas na crosta
terrestre.
A Geografia,
cujos campos de ação estão na superfície da Terra e seus habitantes, quando se
ocupa da conformação da crosta e de sua evolução (Geografia Física), passa a
ser um campo especial da Geologia.
Iniciaremos com o estudo da
origem do nosso planeta, há cerca de 4,5 bilhões de anos, sua forma, tamanho,
peso, densidade, composição e outros aspectos...
Há cerca de 4,5 bilhões de
anos, uma densa nuvem de gás e poeira se contraiu e constituiu o Sol. Outras
partes dessa nuvem formaram partículas sólidas de gelo e rocha, que se uniram e
deram origem aos planetas.
Há aproximadamente 4 bilhões
de anos, a crosta terrestre começou a adquirir forma. No principio, havia
grande numero de pequenas plaquetas sólidas, que flutuavam na rocha fundida.
Com o passar de milhões de
anos, a crosta terrestre se tornou mais espessa, e os vulcões entraram em erupção
e começaram a emitir gases, que formaram a atmosfera. O vapor de água se
condensou, constituindo os oceanos.
Há aproximadamente 3,5
bilhões de anos, a maior parte da crosta terrestre já estava formada, mas a
configuração dos continentes era muito diferente da atual. As rochas mais
antigas da Terra datam do período imediatamente anterior a esse.
A Terra continua em
transformação. A crosta está dividida em enormes placas, cujas bordas estão em
constante modificação. Os continentes estão sempre em movimento, como resultado
das forças do interior da Terra.
A
Terra é um esferóide achatado os pólos e dilatado no equador. Considerando que
um circulo tem 360º, e cada grau ao longo de seu meridiano equivale a uma
distancia de 111 km, conclui-se que a circunferência da Terra é 360 vezes 111
km, ou seja, aproximadamente 40.000 km
O achatamento dos pólos e o
crescimento do equador devem-se ao movimento de rotação terrestre. Esse
achatamento é tão pequeno que a diferença entre os diâmetros polares e equatoriais
é de apenas 44 km (diferença entre 12.756 e 12.712 km).
Por outro lado, ignorando o
achatamento e supondo que a Terra é esférica, com um diâmetro de
aproximadamente 12.700 km, com área equivalente a 510 milhões de km².
O peso da Terra é calculado
mediante a lei da gravitação de Newton, de aproximadamente 5,6 sextilhões de
toneladas.
COMPOSIÇÃO DA TERRA
A
maior parte dos conhecimentos que se tem sobre o interior da Terra provém de
meios indiretos. Na realidade, dos 6.300 km que separam a superfície terrestre
do seu núcleo, conseguiu-se perfurar pouco mais que 0,1% (cerca de 7 km). As
rochas mais profundas conhecidas provem das erupções vulcânicas, sem que no
entanto se possa afirmar sua profundidade exata. Os bolsões magmáticos de onde
se originam as lavas não se encontram em profundidades superiores a 30 km.
As
melhores informações sobre o interior da Terra são fruto de estudo de estudos
da propagação das ondas sísmicas originadas pelos terremotos. Um terremoto
transmite energia através da Terra na forma de ondas que são sentidas como
tremores mesmo a uma distancia considerável da origem. As vibrações da crosta
são medidas com sismógrafos.
A Geologia
estuda a constituição e a evolução física da Terra, e por meio da análise das
rochas e dos fósseis, isto é, dos restos ou vestígios biológicos preservados em
rochas, pode-se saber muito sobre o passado da Terra.
Após
a sua formação, a Terra passou por um longo período de resfriamento,
transformando-se de uma massa aquecida em um planeta dotado de ar, água,
rochas, minerais e solo, isto é, de todas as condições que tornaram possível a
existência da vida.
Com a
formação da Terra, os minerais densos afundaram e se concentraram no centro,
constituindo o núcleo do planeta. Os minerais mais leves produziram uma fina
crosta que pouco a pouco se resfriou, dando origem às rochas.
Os
gases que escapavam formaram a atmosfera. Quando a temperatura diminuiu, o
vapor de água aí contido se precipitou, ocasionando grandes dilúvios, que deram
origem aos mares e oceanos.
As
primeiras formas de vida apareceram no mar só há 3,9 bilhões de anos (Era Pré-Cambriana). No entanto,
a vida demorou a se desenvolver plenamente. Foi só há 600 milhões de anos (Era
Paleozóica, Período Cambriano) que os seres vivos começaram a se diversificar,
evoluindo dos invertebrados primitivos e das plantas marinhas para peixes,
anfíbios, répteis e insetos. No período Siluriano (Paleozóico)
apareceram as plantas terrestres e as florestas de samambaias e coníferas,
que,mais tarde, quando soterradas, originaram o carvão fóssil (Período Carbonífero).
A deriva dos continentes e a
tectônica de placas
Alfred
Wegener
(1880-1930) elaborou em 1910 uma hipótese que tentava explicar o arranjo e a
distribuição das massas continentais atuais - a Teoria da Deriva Continental ou
da Translação dos Continentes. Mais recentemente, na década de 1960, um grupo
de cientistas, reunindo diversas evidências para tentar explicar como esse
processo teria ocorrido, elaborou a Teoria da Tectônica de Placas.
Teoria da Deriva Continental
De
acordo com a teoria de Wegener, no
final do Período Carbonífero existia uma única e gigante massa continental, que
ele denominou Pangéia (Pan, “todo”;
Gea,”terra”), da qual teriam resultado, inicialmente, dois continentes menores.Entre
180 e 200 milhões de anos atrás, mais ou menos a partir do Período Jurássico,
os continentes começaram a se afastar tanto na direção oeste (América) quanto
em direção à linha do Equador. Formaram-se dois supercontinentes: Laurásia e Gondwana.
Há 65
milhões de anos, no inicio do Terciário, a América do Sul separou-se da África
e, a seguir, a América do Norte separou-se da Laurásia. A Índia continuava a se
deslocar em direção à Ásia. A Austrália e a Antártida mantinham-se ligadas.
Finalmente,
nos últimos 65 milhões de anos, as Américas se juntaram, a Austrália separou-se
da Antártida e a Índia “chocou-se” com a Ásia”, provocando a formação da
Cordilheira do Himalaia. A Groelândia afastou-se da América, e os blocos continentais ficaram separados
pelos oceanos.
Na
época em que foi apresentada, a teoria de Wegener
não foi aceita, pois não havia indicação de que os continentes se movessem nem
uma explicação razoável para tal fato.
Teoria da Tectônica de Placas
Descobertas
geológicas levaram à Teoria da Tectônica de Placas, que considera a crosta
terrestre ou litosfera dividida e se movimentando em placas, denominadas placas tectônicas.
A
partir da Teoria da Tectônica de Placas ficou fácil entender diversos
fenômenos. Forças provenientes do interior da Terra fazem com que as placas se
desloquem, provocando várias deformações e fenômenos em seus limites externos,
como o surgimento de dobramentos, falhas, erupções vulcânicas e terremotos. As
áreas geologicamente instáveis da crosta terrestre (Andes, Rochosas, Himalaia) nada
mais são do que o resultado de tais colisões ou seccionamentos das placas.
A
expansão do assoalho oceânico leva consigo os continentes que pertencem a cada
placa móvel, produzindo a deriva. Como conseqüência deste movimento, enquanto
duas placas se afastam por crescimento do assoalho, na margem oposta de uma
delas poderá processar-se a colisão por aproximação com a placa adjacente.
Todo
o globo encontra-se dividido em seis placas principais (e outras menores), que
descrevem lentos movimentos segundo direções próprias. Quando duas placas
colidem, uma delas poderá mergulhar por baixo da outra até penetrar na astenosfera,
onde será consumida. Esse fenômeno chama-se subducção.
Várias
são as explicações para esses deslocamentos: acredita-se que as placas poderiam
ser transportadas por correntes de convecção do manto, governadas por forças
gravitacionais, ou, ainda, arrastadas. Para este ultimo caso, supõe-se que, num
dos seus bordos, as placas podem ser mais frias que a astenosfera ou, ainda,
mais pesadas, podendo mergulhar em direção ao manto na zona de subducção.
O
Pangéia constituiu no passado uma massa de terra única, rodeada por um oceano
irregular, chamado Pantalassa, que foi o ancestral do Pacifico. A existência
do Pangéia terminou no final do Jurássico, quando, mais ou menos ao norte do
equador, houve o rompimento do continente, dividindo-se inicialmente em dois,
formando a Laurásia e a Gondwana.
RESUMO DOS ARGUMENTOS DA DERIVA
CONTINENTAL
·
A distribuição global dos
sistemas de montanhas na superfície terrestre e das fraturas oceânicas e
cordilheiras vulcânicas associadas sugere que sua origem está ligada aos
deslocamentos sofridos por porções da superfície (placas);
·
A distribuição dos vulcões, terremotos (e falhamentos associados), que se
encontram alinhados por distancias de milhares de quilômetros, sugere
movimentação em grande escala de material proveniente do interior da crosta
(lavas) que se valeu das linhas de ruptura (falhas) para chegar à superfície;
·
Sobre os oceanos há uma capa de sedimentos relativamente delgada, cuja
deposição se iniciou quando os continentes começaram a separar-se (Cretáceo);
·
Todas as ilhas oceânicas e vulcânicas são recentes, ou seja, de idade
posterior ao inicio da migração dos continentes;
·
Quando uma rocha vulcânica ou sedimentar contém partículas de ferro, este
fica magnetizado segundo a direção e polaridade do campo magnético da época
(diferente do atual) . Isto demonstra que a posição polar variou no tempo, ou,
mais especificamente, que os continentes mudavam-se descrevendo trajetórias
próprias. A interpretação é que as
trajetórias de cada continente com
relação ao pólo são diferentes porque se moveram independentemente.
RELEVO ATUAL
Atualmente, dos 510
milhões de quilômetros quadrados da superfície do planeta, apenas 149 milhões (29,22%) constituem terras
emersas, enquanto os 361 milhões
restantes constituem os mares e oceanos.
A distribuição de terras e mares no passado foi diferente
da atual. Em todos os continentes de hoje temos registro de antigos mares. As
grandes cadeias de montanhas são constituídas de rochas sedimentares marinhas,
nas quais são encontradas conchas e outros restos de animais marinhos. Hoje a
maior elevação da Terra é o Evereste, com cerca de 8.840m. A maior depressão ou
fossa da crosta é a Fossa Filipinas no Pacifico, com 11. 516 m de profundidade.
Assim, o maior desnível da crosta é superior a 20 000 m. Enquanto a altura
média dos continentes é de 825 m, a profundidade média dos mares é de 3.800m.
Enquanto os mares eram preenchidos de sedimentos,
forças internas semelhantes àquelas que produzem os terremotos e vulcanismos
elevavam o pacote sedimentar depositado até a altura dos continentes,
produzindo dobras, fraturas e metamorfismo, transformando-se em grandes
cordilheiras. E entre essas cordilheiras outros mares surgiam.
A CROSTA TERRESTRE
A Crosta terrestre é uma
camada relativamente fina, com 20 a 30 km de espessura em média, mais espessa
sob os continentes e mais fina sob os oceanos. Ela é constituída, ao menos na
porção superior, por rochas semelhantes às que afloram na superfície: granitos,
migmatitos, basaltos e rochas sedimentares. Nas porções mais profundas ocorrem
rochas escuras e mais pesadas. Nos continentes predominam os primeiros tipos de
rochas e nas áreas oceânicas os segundos.
Estas rochas constituem blocos
ou placas de maior ou menor espessura com um comportamento como o de flutuação
sobre o substrato mais denso do manto, onde ficam mais ou menos mergulhados,
conforme suas espessuras e densidades médias. Assim, as altas montanhas, por
serem constituídas de rochas mais leves e mais espessas, estão menos imersas no
manto. Os fundos dos oceanos, por sua vez, são constituídos de rochas mais
densas, como os diabásios, que afundam mais no manto. Este principio é
denominado isostasia. Desta forma, a crosta terrestre é composta de várias
partes ou placas que sobrenadam o manto. Até uns 250 milhões de anos atrás, a
maior parte dos continentes estava unida num único.
Entretanto, a partir dessa
época, os continentes começaram a se romper lentamente, formando as placas ou
blocos independentes que, por sua vez, são arrastados por correntes que
movimentam o manto rígido-viscoso. Nessa movimentação, existem zonas onde as
placas estão se afastando uma das outras e que são preenchidas por novo material
proveniente do interior do manto. Em determinadas zonas, as placas colidem,
produzindo deformações, resultando em formação de fossas tectônicas,
dobramentos de espessas camadas de sedimentos, falhamentos, formação de
cordilheiras etc. São os denominados movimentos tectônicos.
Provavelmente, a Terra começou
como uma poeira cósmica que mantinha em movimento correntes de convecção em seu
interior quando, por volta dos 3.000ºC, certas substancias começaram a
liquefazer-se.
Primeiro o ferro liquefeito
começou a formar o núcleo, por ser o mais pesado; depois vieram o silício, os
óxidos metálicos, dando origem ao manto. Quando a temperatura da Terra
diminuiu, também a radiação do calor para o espaço foi reduzida. Entre 1.500 e
800ºC começou a solidificação da crosta. A atmosfera formou-se pouco a pouco e no
inicio compunha-se de vapor d’ água, amoníaco e óxido de carbono. A água dos
atuais oceanos estava concentrada em parte na atmosfera e em parte ainda no
interior das rochas.
Temos, pois, uma Terra
constituída exclusivamente de rochas denominadas ígneas ou magmáticas. Mesmo
após esta fase da história da Terra, e até agora, as rochas ígneas que vieram a
se formar depois originaram-se do”magma”, ou seja, de rochas de rochas fundidas
com temperaturas entre 1.500 e 800ºC que sobem do interior da crosta para a
superfície atual derramando-se sob a forma de lavas ou mesmo solidificando-se
entre as fraturas pelas quais subiu.
Com a crosta sólida e a
atmosfera continuando seu esfriamento, a maior mudança seguinte ocorreria a
374ºC, a temperatura critica da água, quando o vapor da atmosfera se
condensaria em chuva, começando pelas regiões mais frias do globo. Esse deve
ter sido o primeiro momento em que caiu água sobre a crosta, desgastando-a e
acumulando-se em seguida nas primeiras depressões, formando os primeiros mares.
Aqui também começam a se
formar as rochas sedimentares. A ação da água que caía e corria sobre rochas
ígneas previamente formadas reduzia-se em fragmentos de tamanhos diversos que
eram transportados e depositados juntamente com lamas mais finas nas depressões
preenchidas pelas águas. Esse material, mais tarde consolidado, constituiria as
primeiras rochas sedimentares. Desde aquele momento até hoje o processo de
formação continua pela ação da erosão, transporte, deposição
e consolidação, tendo como agentes a chuva, os rios, o gelo, o vento e a
gravidade.
Com a crosta solidificada e as
rochas quentes logo abaixo (no manto), surgem outros fenômenos. A partir de 70
até 700 km em direção ao centro da Terra o manto ainda continua esfriando. Isto
causa uma continua modificação no volume e um conseqüente enrugamento da
crosta. Tal enrugamento produz fraturamentos e dobramentos das rochas da
crosta. Ainda pelas fraturas, o magma sobe a superfície, originando os vulcões.
As variações de temperaturas das diferentes camadas do planeta são as
responsáveis pela instabilidade da crosta e mesmo pelo movimento das placas
continentais. Os fraturamentos, os dobramentos, os fenômenos vulcânicos e a
migração dos continentes produzem deformações nas rochas tanto ígneas como
sedimentares, deformações estas que atuam sob a forma de esforços ou pressões e
elevação de temperatura, imprimindo às rochas a eles submetidas outras
características próprias das rochas denominadas metamórficas. Assim, as rochas
mais antigas são as ígneas, com mais de três bilhões de anos; depois vêm as
metamórficas, as quais se originaram das ígneas e das sedimentares mais
antigas, e, finalmente, as rochas mais jovens, as sedimentares, uma vez que as
mais antigas sofreram metamorfismo.
ROCHAS ÍGNEAS OU MAGMÁGTICAS
O magma é um fluido natural
muito quente constituído predominantemente por uma fusão de silicatos e
mostrando proporções variadas de água, elementos voláteis ou de cristais em
processo de crescimento. Trata-se de um material em fusão que, ao se
solidificar, dá origem às rochas ígneas.
Origina-se a grandes
profundidades, na parte inferior da crosta ou na porção superior do manto. Sua
composição e características são discutíveis, já que o magma não pode ser
estudado no seu local de origem. Uma boa idéia pode ser obtida, entretanto,
pelo estudo das lavas, ou seja, do magma que extravasa pelos vulcões, embora se
considere que uma grande perda de elementos voláteis ocorra neste caso.
Tipos de Atividades Magmáticas
O magma, uma vez formado, pode
apresentar grande mobilidade, tendendo a ascender ao longo de fissuras da
crosta, deslocando ou englobando as rochas vizinhas, podendo, eventualmente,
extravasar à superfície ou então solidificar-se no interior mesmo da crosta.
Plutonismo. De acordo com o local em que se dá a consolidação, há dois tipos básicos
de atividade ígnea:
a)
o plutonismo, em que a consolidação ocorre no interior da crosta, dando
origem às rochas plutônicas ou intrusivas. Nelas os minerais se agrupam e
formam cristais visíveis a olho nu, como a maioria dos granitos utilizados na
construção civil, nos quais conseguimos enxergar três componentes: quartzo, feldspato
e mica;
b)
o vulcanismo, quando o magma irrompe e derrama-se à superfície para formar
rochas vulcânicas ou efusivas (extrusivas), seu resfriamento ocorre rapidamente.
* No
interior da crosta, os magmas ocupam espaços definidos denominados câmaras
magmáticas. No caso dos vulcões, a câmara magmática é ligada com o exterior
através do conduto vulcânico.
METEORIZAÇÃO DAS ROCHAS
A porção externa e superficial
da crosta é formado por vários tipos de corpos rochosos que constituem o manto
rochoso. Estas rochas estão, como, vimos, sujeitas a condições que alteram a
sua forma física e composição química. Estes fatores que produzem as alterações
são chamados agentes de meteorização.
O processo se dá em duas
fases, física e química, que são a desintegração e a decomposição,
respectivamente. A desintegração é a ruptura das rochas inicialmente em fendas,
progredindo para partículas de tamanhos menores, sem, no entanto, haver mudanças
na composição. Exceto nos climas áridos, a desintegração e a decomposição atuam
juntas, uma vez que a ruptura física da rocha permite a circulação da água e de
agentes químicos. Os organismos vivos concorrem também na desagregação
puramente física e na decomposição química das rochas.
PROCESSOS FÍSICOS DE METEORIZAÇÃO
Congelamento da água. O congelamento da água por ocasião das grandes quedas de temperatura faz
com que poros, orifícios e pequenas fraturas que estavam preenchidos se
desintegrem, visto que há um aumento de um décimo de volume na passagem para o
estado sólido exercendo grande pressão.
Variação de temperatura. A variação de temperatura, tanto diurna como noturna,
bem como a variação nas estações, produz contínuas dilatações e contratações
nas rochas.
Esfoliação. As rochas expostas aos agentes
atmosféricos dividem-se geralmente em lâminas ou escamas concêntricas com a
superfície. Este processo chama-se esfoliação e tem origem nas mudanças de
volume da rocha.
Decomposição esferoidal. Os blocos derivados de um
sistema de fraturamentos sofrem, progressivamente, a partir de seus bordos,
alteração, passando a argila, enquanto seu núcleo permanece inalterado. A
expansão diferencial dos extremos alterados produz esfoliações concêntricas. O
arredondamento é por meteorização in situ, e não porque foi rolado. Este tipo
é muito comum nas rochas basálticas do
Sul do Brasil. Geralmente, processos químicos também atuam.
·
Os organismos vivos também participam na meteorização mecânica e da
decomposição química. As raízes das plantas penetram nas fraturas das rochas e
durante seu crescimento desenvolvem uma força tal que ultrapassa a resistência
da própria rocha, rompendo-a. Além da ação dos restos vegetais decompostos que
fornecem substancias húmicas, outros seres vivos, em sua maioria de pequenas
dimensões, constituem agentes que desenvolvem atividades químicas destrutivas
para as rochas.
ROCHAS SEDIMENTARES
Ao longo de milhões de anos,
as partículas de rocha e solos erodidos, transportadas pelo vento e pelas
águas, foram depositadas em depressões, formando grandes depósitos de
sedimentos. Nesses depósitos formaram-se lagos e oceanos, e a compactação
física e química das partículas dos sedimentos deram origem às rochas
sedimentares, como o arenito e o calcário.
As rochas sedimentares podem
apresentar-se estratificadas, ou seja, em camadas com idade e composição
diferentes. Pesquisando essas estratificações, os geólogos conseguem
identificar as variações climáticas que se processaram no decorrer da história
geológica de determinada região. Na foto, o Grand Canyon e o Rio Colorado, em
Utah (Estados UInidos, 1999).
As rochas sedimentares, desde
sua origem até chegar ao local onde serão depositadas (bacias), sofrem a
influencia de variáveis físicas, químicas e biológicas. Estas atuam na área
fonte, no transporte, no meio em que são depositadas e posterior mente no
próprio depósito (diagênese).
Área fonte: é o local geográfico onde, sob a ação dos agentes acima mencionados,
ocorrem intemperismo e erosão.
O clima: (temperatura
e umidade) influi sobre o tipo de intemperismo que vai predominar na área fonte
e conseqüentemente nas características dos produtos resultantes.
Ao longo do ciclo de
transformações das rochas, o conjunto de fenômenos que ocorrem sob a influencia
dos agentes externos constituem o ciclo exógeno de transformações através do
qual se formam as rochas sedimentares.
Conceitos geográficos trabalhados na
disciplina de geografia física no ensino médio
Glossário
A
Abalo sísmico: o mesmo que terremoto, tremor de terra. Movimento do
interior da Terra que pode produzir ondas mais ou menos intensas e capazes de
se propagar pelo globo.
Abrasão: Designação geral que engloba todos os processos de erosão
e modelação do relevo, desenvolvidos por agentes externos, tais como rios, mar,
vento, gelo etc.
Abrasão marinho: nome dado ao trabalho destruidor do mar na zona
costeira.
Abissal: região marinha com profundidades superiores a 1.000m, com
sedimentação, temperaturas baixas e vida escassa.
Acidente geográfico: formas do relevo.
Agentes endógenos: são impulsionados pela energia contida no
interior do planeta (as forças
tectônicas, ou tectonismo, que movimentam as placas e provocam dobramentos,
terremotos e vulcanismo).
Agentes de erosão (exógeno): conjuntos de forças que contribuem
para o desenvolvimento da erosão do relevo (destruição e sedimentação ou
construção de novas formas).
Afloramento rochoso: toda e qualquer exposição de rochas na
superfície da Terra.
Altitude: altura de qualquer ponto da superfície terrestre em
relação ao nível do mar.
Amplitudes térmicas: diferença entre temperaturas máximas e
mínimas.
Aqüífero: rocha ou camada porosa e permeável, situada a algumas
dezenas de metros no subsolo, capaz de produzir água quando perfurada.
Astenosfera: porção abaixo da litosfera, alcançando a profundidade
de 700km, com propriedades fluidas e quentes, sobre a qual as placas tectônicas
sofrem movimentos.
Assoreamento: preenchimento de um leito fluvial, de um lago, uma
represa ou uma zona portuária com sedimentos.
Atol: colônias de corais e outros invertebrados, de forma circular,
constituindo em seu interior uma laguna.
B
Bacias hidrográficas ou de captação: situadas entre divisores de
água, são constituídas pelas vertentes e pela rede de rios principais,
afluentes e subafluentes.
Bacias sedimentares: são depressões do relevo preenchidas por
fragmentos minerais de rochas erodidas e por sedimentos orgânicos; estes
últimos ao longo do tempo geológico podem transforma-se em combustíveis
fósseis.
Balanço térmico global: equilíbrio da temperatura na Terra.
Barra: saída de um rio, canal ou lagoa para o mar aberto, onde
ocorre intensa sedimentação e formação de bancos de areia ou outros detritos.
Barreira: formações terciárias que aparecem como falésias
costeiras. Do ponto de vista geomorfológico, considera-se como barreira um
litoral típico de falésia.
Bauxita: mineral composto de óxidos hidratados de alumínio, do qual
se obtém o alumínio.
Biodegradável: que se decompõe biologicamente, por ação de
microorganismos.
Biodiversidade: total de espécies da flora e da fauna encontradas
em um ecossistema. Quanto maior o numero de espécies, maior a biodiversidade.
Biomassa: produtos orgânicos de origem vegetal (cana-de-açúcar,
árvores, plantas ou mesmo resíduos agrícolas como palha de milho ou bagaço da
cana), utilizados como fonte renovável de energia.
Biotecnologia: estudo e aplicação dos avanços científicos e de
dispositivos tecnológicos aos organismos vivos (ou a suas células e moléculas)
para a produção de substâncias, gerando produtos comercializáveis com
aplicações diversas nas áreas de saúde, agropecuária e meio ambiente.
Brejos
de altitude
: ocorrem em alturas que variam de 500 metros a 1.110 metros. A
presença da floresta, que resulta na evapotranspiração, associada ao
relevo serrano, faz com que eles recebam mais chuvas que o restante do
Semi-Árido. Enquanto o índice pluviométrico registrado na caatinga não
ultrapassa 900
milímetros por ano, nos brejos esse número fica em torno
de 1.200 milímetros
anuais.
C
Cabeceira: área onde existem os olhos d`água que dão origem a um
curso fluvial.
Cabedelo: diz-se dos pontais arenosos que se formam na embocadura
de certos rios, prolongado em direção ao mar. Cabedelo é o diminutivo de cabo.
Cabo: na topografia costeira assim se denomina a parte saliente da
costa de regular altitude, que avança em direção ao mar.
Cachoeira: queda d`água no curso de um rio, ocasionada pela
existência de um degrau no perfil longitudinal do mesmo.
Camada: seqüência de sedimentos, originada de um processo
deposicional contínuo, uniforme e limitado.
Campo magnético: campo de forças magnéticas ao redor da Terra que
atuam sobre todos os corpos magnéticos ou correntes elétricas.
Carvão: combustível fóssil (rocha) resultante de acumulação e
transformação (bioquímica e geoquímica) da matéria vegetal através dos tempos.
Chapada: planalto sedimentar típico, pois trata-se de um acamamento
estratificado que, em certos pontos, está nas mesmas cotas da superfície de
erosão. O topo é aplainado e as encostas, escarpadas. Também é conhecido como
planalto tabular.
Chapadão: termo regional utilizado para uma série de chapadas ou
planaltos de superfície regular que aparecem nos Estados de Mato Grosso e
Goiás.
Choro: denominação usada no Ceará para as pequenas fontes que
aparecem, por vezes, nos sopés das chapadas residuais, como a do Araripe.
Clima: corresponde ao comportamento da atmosfera, é a sucessão ou o
conjunto de variações dos estados do tempo em um determinado lugar.
Continentes: porções emersas das placas da crosta terrestre,
limitadas pelos mares que ocupam porções relativas e dinâmicas.
Colina: pequenas elevações do terreno com declives suaves
inferiores aos outeiros. A maioria das colinas constitui-se de formas de
erosão.
Complexo de dunas: refere-se a um grupo de dunas, que se move na
paisagem.
Crosta: porção externa da Terra, constituída pelos continentes e
assoalhos dos oceanos, cujas espessuras têm em média 40 km.
Cuesta: forma de relevo que possui um lado da escarpa abrupta e
outro com declive suave. Essa diferença de inclinação ocorre porque os agentes
externos atuaram sobre rochas com resistências diferentes.
Cume: parte mais alta ou culminante de um morro ou de uma serra.
Cúmulo: nuvem branca de grande desenvolvimento vertical, de base
reta e topo arredondado, com formas que lembram novelos, flocos de algodão.
D
Delta: depósitos fluvio aluvionares, descarregado em corpos de água (lagos ou oceanos) na desembocadura dos rios, permanecendo parte subaérea e parte submersa. A palavra Delta foi tirada da letra grega.
Denudação: processo continuo de desagregação (intemperismo) e
transporte (erosão) de todas as áreas elevadas (continentes).,
Depósito de talude: depósito acumulado na base de uma escarpa.
Deposição: é o processo de sedimentação de detritos orgânicos e
inorgânicos.
Depressão: área ou porção do relevo situada abaixo do nível do mar,
ou abaixo do nível das regiões que lhe estão próximas.
Deserto: região natural caracterizada pela pequena precipitação de
chuvas muito irregular, situação típica de climas polares, áridos e
semi-áridos. Em regiões de climas áridos e semi-áridos desenvolvem-se os
desertos quentes, cujas espécies são xerófilas, destacando-se as cactáceas. Em
regiões de climas polares, situadas nas zonas glaciais, desenvolvem-se os
desertos gelados, com fauna e flora adaptadas a essas condições.
Divisor de água: linha separadora das águas pluviais, relevo onde
nascem os cursos de água.
Dobra: deformações sofridas pelas camadas, sob formas variadas
(côncavas e convexas), notadamente em áreas instáveis à da crosta terrestre,
onde ocorrem movimentos tectônicos.
Dolina: depressão de forma acentuadamente circular, afunilada, com
larguras e profundidades variadas, que aparecem em terrenos calcários.
Drenagem (rede): é o traçado produzido pelas águas fluviais que
modelam a topografia.
Duna: montes de areia móveis, depositados pela ação do vento
dominante.
E
Ecologia: estudo das relações naturais entre os organismos e o
meio. Por extensão, podemos afirmar que consiste no estudo entre as sociedades
e o quadro natural.
Ecossistema: significa um complexo dinâmico de comunidades
vegetais, animais e de microorganismos e seu meio inorgânico que interagem como
unidade fundamental.
Efeito estufa: processo caracterizado pelo aumento da temperatura
das camadas atmosféricas inferiores da Terra, devido à retenção de calor
irradiado pela superfície do planeta e em conseqüência do acúmulo de gases, em
especial o dióxido de carbono. A poluição intensifica esse processo, que pode
causar graves danos ambientais.
Embasamento: conjunto (complexo) de rochas cristalinas sobre as
quais geralmente jazem sedimentos em bacias mais novas.
Enseada: praia com formato de arco mais aberto que uma baía.
Eólico: refere-se a vento. Podendo ser usado para identificar o
trabalho de destruição e de construção do relevo realizados pelo vento e as
paisagens formadas a partir desses processos.
Epicentro: ponto da superfície terrestre situado exatamente sobre o
foco, ou seja, o local de origem de terremoto no interior da crosta.
Epirogênese: movimentação tectônica com lento soerguimento e
rebaixamento de grandes áreas da crosta terrestre.
Equinócio: dia em que os raios solares incidem perpendicularmente
ao Equador (de 21 a 23 de março e de 21 a 23 de setembro). Marca o inicio do
outono ou da primavera.
Erosão: envolve todos os processos de desagregação e remoção do
material rochoso. Processo de modelagem da paisagem, de desgaste, de remoção e
transporte de sedimentos.
Erupção: atividade que resulta na expulsão de material de natureza
vulcânica e partes das rochas encaixantes.
Escarpa: rampa ou aclive de terrenos que aparecem nas bordas dos
planaltos.
Espaço geográfico: corresponde ao espaço que está sendo ou foi
produzido pelos seres humanos, se relaciona com a dinâmica da natureza e com o
continuo movimento de transformação da sociedade.
Estalactite: rocha sedimentar encontrada em grutas calcárias e
formada por bicarbonato de cálcio dissolvido em água. Essa formação pende do
teto.
Estalagmite: rocha sedimentar encontrada em grutas calcárias e
formada por bicarbonato de cálcio dissolvido em água; provém de pingos de água
que se acumulam no chão.
Estratificação: estrutura dos sedimentos, caracterizada por laminas
paralelas, ou não, horizontais ou inclinadas, evidenciadas por aspectos
texturais, mineralógicos, coloração e outros, dentro de processo deposicional.
Estrutura geológica: é o conjunto de rochas que forma o subsolo e
sustenta as formas de relevo.
Estuário: forma de desaguadouro de um rio no oceano. O estuário
forma uma boca única e é, geralmente, batido por correntes de marés que impedem
acumulação de detritos, como ocorre nos deltas.
Extrusiva: rocha vulcânica que se derrama e solidifica sobre a
superfície da Terra.
F
Falésia: termo usado para designar as formas de relevo litorâneas
abruptas ou escarpadas. O trabalho do mar nas falésias se faz pelo solapamento
da base.
Falha: fraturas que se produzem o deslocamento ao longo de um
plano, dos blocos resultantes.
Fiorde: corredores estreitos e profundos num litoral alto, cavados
pela erosão glaciária, são hoje submersos invadidos pelo mar.
Foco: ponto no interior das Terra onde a energia sísmica é liberada
por ocasião dos terremotos (hipocentro).
Fonte: lugar onde brotam ou nascem águas. Estas situam-se,
geralmente, nas vertentes dos morros ou nos vales, ainda que possam aparecer em
qualquer lugar, até mesmo debaixo do mar.
Fóssil: resto ou vestígio de seres orgânicos (vegetais ou animais)
que deixaram suas pegadas na rocha da crosta terrestre.
Fotoperíodo: período em que um ponto qualquer da superfície terrestre
fica exposto aos raios solares.
Foz: boca de descarga de um rio, local onde desemboca suas águas.
Frentes: consiste no encontro entre duas massas de ar. Predominando
o ar frio chamamos de frente fria; se, ao contrário, o ar quente avançar,
chamamos de frente quente.
G
Gás natural: mistura gasosa encontrada em jazidas subterrâneas e
que é utilizada como combustível não-poluente.
Geleira: massa de gelo que flui sob a ação da gravidade para
regiões mais baixas. Grandes blocos de gelo se movem lentamente, por ação da
gravidade, causando profundos desgastes nas rochas (erosão glaciária).
Geografia: ciência que estuda o espaço construído. Faz a descrição,
a análise e a explicação das transformações produzidas naturalmente ou através
da ação humana.
Geologia: ciência que estuda a estrutura da crosta terrestre, seu
modelado externo e as diferentes fases da história física da Terra.
Glaciação: formação de geleiras em grandes extensões da superfície
da terra; a ultima glaciação ocorreu há cerca de 11 000 anos.
Gondwana: antigo continente que até o fim do Paleozóico reunia a
América, África, Índia, Austrália e Antártida, constituindo uma única massa de
terras.
H
Hidrocarboneto: composto químico que contem combustíveis, como o
petróleo e o gás natural.
Hidrosfera: todo o conjunto de sistemas líquidos contidos na Terra,
tais como, rios, lagos, oceanos etc.
Higrófita: planta adaptada a lugares úmidos, são perenes,
apresentam folhas durante o ano todo.
Húmus: matéria orgânica resultante da decomposição de plantas e
animais. É encontrado na parte superficial do solo e lhe confere uma cor
escura.
I
Icebergs: blocos de gelo formados em terra através do congelamento da água doce. Como a densidade dos
“icebergs” é menor que a da água do mar eles flutuam, maior parte (mais de 1/5
do seu total) submersa.
Igapó: área permanentemente alagada, ao longo dos rios, onde se
desenvolve uma vegetação de pequeno porte que inclui espécie como a
vitória-régia.
Impacto ambiental: qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria
ou energia resultante das atividades humanas que, diretamente ou indiretamente,
afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais
e econômicas; aa biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e
a qualidade dos recursos ambientais.
Inselbergue: denominação usada para as elevações que aparecem em
regiões de clima árido. São pouco alongadas e relativamente ilhadas, cuja evolução
se fez em função de um sistema de erosão, com o clima semi-árido.
Intemperismo ou meteorização: processo de desagregação
(intemperismo físico) e decomposição (intemperismo químico) sofrido pelas
rochas. Conjunto de processos químicos, físicos e biológicos (ação da água, do
vento, do calor, do frio e dos seres vivos) que provoca o desgaste e a
decomposição das rochas.
Intrusiva: rocha ígnea que sofre o resfriamento no interior das
encaixantes.
J
Jazidas: nome dado às reservas e aos depósitos de qualquer produto
mineral ou fóssil encontrado no solo ou no subsolo.
Jusante: o sentido em que correm as águas de uma corrente fluvial.
L
Lagos: depressões do solo produzidas por causas diversas e cheias
de águas confinadas, mais ou menos tranqüilas, pois dependem da área ocupada
pelas mesmas.
Lagoa: depressão de formas variadas – principalmente tendendo a
circulares – de profundidades pequenas e cheia de água doce.
Latifoliada: planta que possui folhas largas.
Laurásia: porção única de terras que reunia todos os continentes do
Hemisfério Norte até o Paleozóico, separada do Gondwana pelo Mar de Tétis.
Lava: rochas fundidas a alta temperatura (magma), provenientes do
interior da crosta terrestre.
Leito fluvial: canal escavado pelo talvegue do rio para o escoamento
dos materiais e das águas.
Lençol freático ou Aqüífero: corresponde ao lençol d`água
subterrâneo, situada sobre um terreno ou rocha impermeável. O reservatório
subterrâneo contribui para aumentar o volume da água do rio, o qual, nessas condições,
chama-se efluente. Por outro lado,
particularmente nos desertos ou em regiões semi-áridas, o rio contribui para o
abastecimento do manancial subterrâneo sendo então conhecido com o nome de influente.
Litoral ou costa: faixa de terra emersa, banhada pelo mar. Em
sentido restrito, o litoral compreende uma faixa que tem os seguintes limites:
a) inferior – nível das marés baixas; b) superior - nível das marés altas.
Litosfera: porção superior da Terra constituída pelos continentes,
fundos oceânicos e parte superior do manto.
Lixiviado: material residual de uma rocha que sofreu processos de
intemperismo e/ou remoção de parte dos seus constituintes originais.
Lixo atômico: material radiativo que sobra do processamento do
urânio em centrais nucleares.
M
Manancial: região de mananciais é onde se encontram reservas de
água potável (nascentes de rios, represas e lagos). Por isso, em geral, são
áreas protegidas por lei e onde, conseqüentemente, a ocupação é restrita.
Mangue: terreno baixo, junto à costa, sujeito às inundações das
marés. Os manguezais dispõem-se nas áreas de contato da água salgada oceânica
com a água doce dos rios, num ambiente sujeito aos avanços e recuos diários das
marés.
Mar de morros: denominação criada para as colinas que formam verdadeiros
níveis. Conjunto de meias-laranjas.
Marmita: buracos que aparecem no leito dos rios produzidos pelas
águas turbilhonares.
Massapê: denominado popular para os solos argilosos.
Massas de ar: são extensas porções de ar que se originam em grandes
e homogêneas áreas (desertos, oceanos, planícies), adquirem as características
do local de origem e transportam por áreas por onde passam, podendo influenciar
as áreas sobre as quais estão se deslocando ou adquirir características das
mesmas.
Maresia: movimento das águas do mar.
Matéria orgânica: formada por restos vegetais e animais não
decompostos e pelo produto desses restos depois de decompostos por
microorganismos. O produto resultante dessa decomposição é o húmus.
Meandro: sinuosidade descritas pelos rios, formando, por vezes,
amplos semicírculos, em zona de terrenos planos.
Meio físico: é o mesmo que meio natural, isto é, caracterizado
pelos diversos elementos físicos e bióticos.
Metamorfismo: conjunto de processos pelos quais os depósitos detríticos
ou outros tipos de rochas venham a ser transformados.
Modelagem: ação dos agentes erosivos trabalhando o relevo.
N
Neck: conduto de um vulcão, enchido de lava solidificada, cujo
afloramento é realizado pelo trabalho seletivo da erosão diferencial que
desbasta as rochas tenras que lhe estão ao redor.
Nível zero: plano de referência adotado para medir as altitudes e
as profundidades.
O
Onda ou vaga: movimento de vaivém das águas do mar causado pelo
vento.
Ondas sísmicas: ondas de choques que se irradiam em círculos
concêntricos a partir do foco de um abalo sísmico, o epicentro.
Orla maritima: é a linha de contato entre o mar e a terra.
Orogênese: processos tectônicos intensos que deformam e elevam a
crosta terrestre, dando origem a grandes cadeias montanhosas e atingindo áreas
menores do que aquelas atingidas pela epirogênese.
Oxidação: compreende-se como sendo qualquer mudança que sofra um
mineral, uma rocha ou mesmo um solo, graças à adição do oxigênio ou seu
equivalente químico.
P
Paleontologia: ciência que estuda as formas de vida existentes em
períodos geológicos passados por meio de fósseis.
Pântano: terreno plano, constituindo baixadas inundadas, junto aos
rios.
Perene: que não tem interrupção.
Petróleo: combustível liquido, escuro ou amarelo – esverdeado,
formado por uma mistura de hidrocarbonetos, originária da matéria orgânica
depositada com os sedimentos que preenchem as bacias sedimentares.
Petroquímica: é um ramo da industria química derivado da industria
do petróleo, que produz insumos para fertilizantes, inseticidas, fungicidas,
herbicidas, plásticos, fibras sintéticas (como náilon), tintas, corantes,
adesivos, solventes, detergentes, explosivos, produtos farmacêuticos e outros.
Placas: partes individualizadas da crosta, rígidas e móveis, cujos
limites geográficos são marcados por faixas de ocorrência de fenômenos
tectônicos de natureza diversa.
Planalto: extensão de terrenos mais ou menos planos, situados em
altitudes variáveis. Possui superfície elevada mais ou menos plana delimitada
por escarpas íngremes onde o processo de degradação supera os de agradação. É
circundado por superfícies mais baixas.
Planície: extensão de terreno mais ou menos plano onde os processos
de agradação superam os de degradação. São de natureza sedimentar e,
geralmente, de baixa altitude.
Plataforma continental: superfície submersa, inclinada, que se
estende da região litorânea até o talude, cuja profundidade da lamina de água
vai até aproximadamente 200
metros.
Pradaria: formação herbácea, composta basicamente de capim, que
aparece em regiões de clima temperado continental.
Praia: depósito de areias acumuladas pelos agentes de transportes
fluviais ou marinhos.
Praia fluvial: porção de terra localizada nas margens dos rios ou
em algumas ilhas fluviais que ficam descobertas durante a vazante dos rios.
Práticas de manejo: qualquer programa de gestão estabelecido para
utilizar ou conservar um determinado recurso ou ambiente.
Precipitação: fenômeno por meio do qual a nebulosidade da atmosfera
se transforma em água, formando a neve, o granizo e a chuva.
Províncias geológicas: regiões com a mesma origem e formação
geológica.
R
Radiação: qualquer dos processos físicos de emissão e propagação de
energia, seja por intermédio de fenômenos ondulatórios, seja por meio de
partículas dotadas de energia cinética.
Radiatividade: emissão de radiação ou partículas pelos núcleos
atômicos de elementos instáveis encontrados na natureza (radiatividade natural)
ou provenientes de elemento
Resultante de reações nucleares
induzidas em reatores ou aceleradores de partículas.
Ravina: sulcos produzidos nos terrenos devido ao trabalho erosivo
das águas de escoamento.
Ravinamento: a água de escoamento superficial, ao sofrer certas
concentrações, passa a fazer incisões. Também chamado de voçorocamento (formações de voçorocas).
Recife: formações geralmente litorâneas que aparecem próximas à
costa, que diminui ou bloqueia o movimento das ondas.
Recife de arenito: diz-se dos recifes que resultam da cimentação de
antigas praias, isto é, dos grãos de quartzo outrora incoerente.
Recife de corais: formações que resultam do crescimento de colônias
de corais.
Recursos naturais: são todos os bens produzidos pela natureza: a
energia solar, o ar, as rochas, os minerais, o solo, a água e os vegetais,
entre outros.
Rede de drenagem: traçado dos rios e demais cursos d´água sobre o
relevo.
Restinga ou flecha litorânea: faixa ou língua de areia, depositada
paralelamente ao litoral, graças ao dinamismo destrutivo e construtivo das
águas oceânicas.
Ressacas: são ondas de pequeno período, da ordem de segundos, com
grande poder destrutivo, sendo geralmente acompanhadas por marés meteorológicas
intensas, de períodos de dias.
Rio: corrente liquida resultante da concentração do lençol de água
num vale. Podem se originar de fontes subterrâneas que se formam com as águas
das chuvas ou de nascentes, do transbordamento de lagos ou da fusão de neves e
geleiras.
Rio intermitente: que corre durante a época das chuvas.
Rio perene: cursos de água cujo leito menor está sempre
transportando o deflúvio da bacia contribuinte.
Rizosfera: é a parte do solo, onde as raízes e os microorganismos
interagem. Corresponde às partes mais superficiais do solo.
Rocha: conjunto de minerais ou apenas um mineral consolidado.
Consiste num agregado natural.
S
Salinidade: refere-se à maior ou menor presença de sais nas águas
oceânicas e nos solos das regiões áridas e semi-áridas.
Sedimento: material originado pela desagregação física e/ou química
de rochas preexistentes, assim definido após transporte e deposição.
Serrapilheira: cobertura superficial do solo formada por folhas,
galhos e frutos que caem das árvores e arbustos, além de plantas mortas de
todos os tamanhos. Compõem ainda a serrapilheira excrementos de todos os
tipos de animais, além deles próprios, quando morrem. Todo esse material
orgânico incorpora-se ao solo, após sua decomposição, em forma de húmus.
Solo: camada superficial de terra arável possuidora de vida
microbiana.
Solstício: dia em que os raios do solares incidem
perpendicularmente ao trópico de Câncer (de 21 a 23 de junho), no hemisfério
norte, ou ao trópico de Capricórnio (de 21 a 23 de dezembro), no hemisfério
sul. Marca o inicio do verão, onde ocorre o fenômeno, e o inicio do inverno, no
hemisfério oposto.
T
Tabatinga: termo regional para designar argilas em geral, de
colorações diversas.
Tabuleiro: forma topográfica de terreno que se assemelha a
planaltos, terminando geralmente de forma abrupta.
Talude: superfície inclinada do terreno na base de um morro ou de
uma encosta do vale onde se encontra um deposito de detritos.
Talude continental: região submarina que se estende de 200 a 1.000 metros de
profundidade e se encontra entre a plataforma continental e a zona abissal.
Talvegue: linha de maior profundidade no leito fluvial. “caminho do
vale”.
Tectônica: ramo da geologia que estuda a movimentação de camadas,
por efeito de forças endógenas causando uma arquitetura especial do subsolo. O
termo vem do grego “tectônica” e significa construir, ou, arte de construir.
Tômbolos: depósitos de areia que ligam uma ilha ao continente.
Transgressão: avanço do mar sobre extensa área continental,
testemunhado por seqüências marinhas que permanecem recobrindo antigas
superfícies.
Tropófilas: plantas adaptadas a uma estação seca e outra úmida.
Troposfera: nessa camada ocorrem as perturbações atmosféricas
(chuva, veto, neve, granizo). Atinge até cerca de 10 quilômetros de altitude e
concentra 75% dos gases e 80% da umidade atmosférica que forma as nuvens.
Tundra: vegetação rasteira, de ciclo vegetativo extremamente curto,
desenvolve-se apenas durante aproximadamente três meses, quando ocorre o degelo
de verão. São os musgos, nas baixas das úmidas, e os liquens, nas porções mais
altas do terreno, onde o solo é mais seco.
U
Umidade: corresponde à quantidade de vapor de água encontrado na
atmosfera em determinado instante, podendo ser expressa em números absolutos e
relativos (%).
V
Vazante: significa época de águas baixas no leito de um rio.
Vertente: planos de declives variados que divergem das cristas
enquadrando o vale.
Várzea: terreno baixos e mais ou menos planos que se encontram
junto às margens dos rios.
Voçoroca: escavação ou rasgão do solo ou de rocha decomposta,
ocasionado pela erosão do lençol de escoamento superficial.
X
Xerófilas: plantas adaptadas à aridez. Ex. o cactos.
Bibliografia
Dicionário
Geológico-Geomorfológico
Guerra, Antonio Teixeira
Guerra, Antonio Jose Teixeira
Editora:
Bertand Brasil
Geologia Geral
Popp, José Henrique
Editora:
LTC
Coleção Explorando o Ensino da Geografia
O
Mar no Espaço Geográfico Brasileiro Vol. 8
Ministério
da Educação
Geografia Geral e do Brasil
Moreira, João Carlos
Sene, Eustáquio de
Editora:
scipione
Geografia Geral e do Brasil
Coelho, Marcos de Amorim
Terra, Lygia
Editora:
Moderna
ATLAS ESCOLAR PERNAMBUCO
Espaço Geo-Histórico e Cultural
Editora:
Grafset
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